segunda-feira, fevereiro 25, 2008

A Rota do indivíduo



Mera luz
Que invade a tarde cinzenta
E algumas folhas deitam sobre a estrada
O frio é o agasalho
Que esquenta
O coração gelado
Quando venta
Movendo a água abandonada
Restos de sonho
Sobre um novo dia
Amores nos vagões
Vagões nos trilhos
Parece que quem parte é a ferrovia
Que mesmo não te vendo te vigia
Como mãe, como mãe
Que dorme olhando os filhos
Com os olhos na estrada
E no mistério solitário da penugem
Vejo a vida correndo parada
Como se não existisse chegada
Na tarde distante
Ferrugem ou nada

Tudo por acaso

Eu sei,
Tudo por acaso
Tudo por atraso
MERA DISTRAÇÃO (diversão)
Eu sei
Por impaciência
Por obediência
PURA INTUIÇÃO
Qualquer dia, qualquer hora
Tempo e dimensão
O futuro foi agora, tudo é invenção
Ninguém vai saber de nada
E eu sei
PELO SENTIMENTO,
Pelo envolvimento,
Pelo coração
Eu sei
Pela madrugada
Pela emboscada
Pela contramão
Por qualquer poesia
Por qualquer magia
POR QUALQUER RAZÃO

(Lenine)

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Cantos e contos

No primeiro beijo ele sorrio
Na segunda vez me deu a mão
Ele falava de amor
Eu olhava o chão

E basta uma faísca no paiol
Ou zagueiro expulso em decisão
Ataquei, abri
subestimei, ouvi

Me conta (canta) um conto
enquanto a noite vai


{Maíra Martins}