sábado, dezembro 09, 2006

Lavanda



Em Bora Tao
Em Bangladesh Goa
Na China Mao
Free Tibet para mim é pessoal
Lavanda ofereço orixá
Luanda, Havana e Salvador
Na lama do Recife sou xangô
Umbanda, caranguejo, salta a dor
Que idade banha ele
Banho de mar
Que idade banha ele
Iemanjá

(Otto)

segunda-feira, dezembro 04, 2006

August Day Song


Tentei contar
Tentei cantar
Tentei just la la la ia

Tentei tocar
Também dançar
Assim, só para deixar

Só quero te dar
Se te falar
Se te just la la la ia

Só quero estar
Com seu cantar
Com seu just la la la ia

Just like this rainstorm
This August day song
I dream of places far beyond

Ouvindo a chuva cair
No cinza um brilho aqui
Fico sózinha, distraída
Mesmo tom
Mesmo som
Como é bom, tão bom

Just like this rainstorm
This August day song
I dream of places far beyond

Ouvindo a chuva cair
No pé um pingo aqui
Fico sózinha, tão distraída

Não vou chorar
Quando lembrar
Do seu eterno olhar

I like to sing
And do these things
With you just prá variar

I hear your voice
I sing for choice
With you just la la la ia

(Bebel Gilberto)

domingo, outubro 22, 2006

Poço de sensibilidade

Por entre ruas, entre carros e placas
luzes cheiros e toques

Eu sou um poço de sensibilidade
te buscando na cidade
Eu sou um poço de sensibilidade

Entre veludos e cetins
Fantasias e brinquedos
Desejos e um certo medo
Cheiros e toques

Eu sou um poço de sensibilidade
te buscando na cidade
Eu sou um poço de sensibilidade

O seu sorriso no meu dia-a-dia
A sua palavra em meu vocabulário
minha professora eu aprendi tudo errado
te buscando na cidade
eu sou um poço de felicidade

Com seu nariz furando o vento
Com um certo ar de autoridade
Eu fico louco, louco de saudade
Sou um cara afortunado
perto de ti eu sou um poço de sensibilidade.

(IRA)

sábado, outubro 14, 2006

Dance

terça-feira, setembro 26, 2006

Alô, liberdade

Alô, liberdade
Desculpa eu vir
Assim sem avisar
Mas já era tarde
E os galos tão
Cansados de cantar

Bom dia, alegria
A minha companhia
Vai cantar
Sutil melodia
Pra te acordar

Quem vai querer tocar trombeta
Pem pererém pererém
Pempem
Quem vai querer tocar matraca
Tracatracatraca
Tracatraca
Quem vai de flauta e clarineta
Fi firiri
Firiri fifi
Quem é que vai de prato e facaa
Taca cheque taca
Chequetaca checá
Quem vai querer sair da banda
Pan pararan
Pararan panpan
Hoje a banda sairá

Alô, liberdade
levante, lava o rosto
Fica em pé
Como é, liberdade ...
Vou ter que requentar
O teu café

Bom dia, alegria
A minha companhia
Vai cantar
Em doce harmonia
Pra te alegrar

Quem vem com a boca no trombone
Pom pororom
pororom pompom
Quem vem com a bossa no pandeiro
Chá carachá
Carachá chachá
E quem toca só toca telefone
Trim tiririm
Tiririm trimtrim
E quem só canta no chuveiro
Trá tralalá
Tralalá lalá
Quem vai querer sair na banda
Pan panpan
Hoje a banda sairá
Laiaralaialaialaiá
Hoje a banda sairá
Olá, liberdade!

(Chico Buarque)

terça-feira, setembro 12, 2006

Instante de dois


Não quero que você me coma
Não quero que você me engula
Não quero que você me acorde
Não quero que você me durma
Não quero que você me assista
Não quero que você me assuma
Não quero que você me corte
Não quero que você me inclua

Eu só quero um segundo teu
E um segundo meu
Um instante de dois
Sem mais, nem pra depois eu te dizer
Que eu te amo não
Te amo demais para ser prisão
De dois
Amor

Eu só quero um segundo teu
E um segundo meu
Um instante de dois
Sem mais, nem pra depois eu te dizer
Que eu te amo não
Te amo demais para ser prisão
De dois
Amor

(Cibelle)

segunda-feira, setembro 04, 2006

Neném

Preciso de alguém
Que não me dê sossego
Que me tire uns bicho de pé
Me faça cafuné, me chame de seu nêgo.
Preciso de alguém
Que me escove os dentes
Que me faça muito carinho
Me sirva um bom vinho e me dê presentes
Alguém que me faça massagem e me passe pom-pom
Que adore uma sacanagem Me suje de batom
Eu preciso de alguém
Não me bate porque sou neném
Não me trate com desdém
Eu sou cheio de nhem nhem nhem Nhem nhem nhem...
Preciso de alguém
Pra bater o meu ponto
Pra me dar roupa lavada, passada
E rir das piadas que conto
Que me traga jornal
Cafezinho, cerveja
E que nunca fique de mal,
Que não goste de música breganeja
Alguém que me dê mamadeira,
Me aplique Gelol
E de Ronaldinho me chame
Pra eu não dar vexame no futebol
Eu preciso de alguém
Não me bate porque sou neném
Não me trate com desdém
Eu sou cheio de nhem nhem nhem Nhem nhem nhem...

(Vander Lee)

Meu Jardim

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores
Te regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

(Vander Lee)

Ao meio

Você dobrou a esquina, me partiu ao meio
Seu olho azul piscina me acertou em cheio
Me deixou feito cego em pleno tiroteio
Você passou por cima e nem pisou no freio
Você mudou o clima do meu veraneio
Pra me deixar assim, porque é que você veio

Caco, cavaco, sovaco, saco, macaco
Quem você pensa que soul
Côco, reboco, pipoco, soco, que louco

Eu quero é mais rock in roll
Você é primavera no meio de maio
Se me beija, bato asas, se me deixa, eu caio
Cadê o caminho de casa, cadê meu balaio
Você é primavera no meio de maio
Se me beija, bato asas, se me deixa, eu caio
Cadê o caminho de casa, cadê meu balaio

Caco, cavaco, sovaco, saco, macaco
Quem você pensa que soul
Fica, titica e vê se me explica, cuíca
Porque é que o samba acabou

(Vander Lee)

domingo, agosto 27, 2006

Meu mar

Desculpe se as cordas do meu violão não conseguem dizer
nem a bruxa, nem as cartas me sabem dizer
é tão efêmero o que o poeta diz
teu abraço me molda o pé no caminho com a lucidez
é que você é tão azul que eu nunca sei, eu nunca sei
é que você é tão lunar que eu nunca sei, eu nunca sei
eu... gosto de você,ai ai
eu... gosto de você
meu mar
meu mar
meu mar

(Danae)

segunda-feira, agosto 14, 2006

Nós Vamos Invadir Sua Praia

Daqui do morro dá pra ver tão legal
O que acontece aí no seu litoral
Nós gostamos de tudo, nós queremos é mais
Do alto da cidade até a beira do cais
Mais do que um bom bronzeado
Nós queremos estar do seu lado
Nós 'tamo' entrando sem óleo nem creme
Precisando a gente se espreme
Trazendo a farofa e a galinha
Levando também a vitrolinha
Separa um lugar nessa areia
Nós vamos chacoalhar a sua aldeia
Mistura sua laia
Ou foge da raia
Sai da tocaia
Pula na baia
Agora nós vamos invadir sua praia
Agora se você vai se incomodar
Então é melhor se mudar
Não adianta nem nos desprezar
Se a gente acostumar a gente vai ficar
A gente tá querendo variar
E a sua praia vem bem a calhar
Não precisa ficar nervoso
Pode ser que você ache gostoso
Ficar em companhia tão saudável
Pode até lhe ser bastante recomendável
A gente pode te cutucar
Não tenha medo, não vai machucar.

(Ultraje a Rigor)

sexta-feira, junho 09, 2006

Na veia


Eu vou cantar pra Saudade
Com seu vestido vermelho
E a sua boca
Eu vou cantar pra Saudade
Descer na minha cabeça
E comandar sua festa
Aquele cheiro som imagem do teu corpo incendeia
E um rio carregado de saudade vem correr na minha veia
Na veia amor
Na veia
é como a luz da lua que atravessa a parede da cadeia
Clareia
Mais forte que o sol
Quando a Saudade chegar
Com seu batalhão de agitadores
Vou cantar
Aquele som da gente
Vou rasgar
O teu vestido novo

(Cordel do Fogo Encantado)

sábado, março 25, 2006

Samba da volta

Você voltou, meu amor
Alegria que me deu
Quando a porta abriu
Você me olhou, você sorriu
Ah, você se derreteu
E se atirou
Me envolveu, me brincou
Conferiu o que era seu
é verdade eu reconheço
Eu tantas fiz, mas agora tanto faz
O perdão pediu seu preço
Meu amor, eu te amo e Deus é mais

(Toquinho/Vinicius de Moraes

Mais que isso

Eu não vou gostar de você
porque sua cara é bonita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma música
que eu gostei e botei numa fita
Eu não vou gostar de você
porque você acredita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma coisa
que até nem sei se precisa ser dita

Deixa de tolice,
veja que eu estou aqui agora
inteiro, intenso, eterno,
pronto pro momento e você cobra
Deixa de bobagem,
é claro, certo e belo como eu quero
O corpo, a alma, a calma,
o sonho, o gozo, a dor e agora pára

Será que é tão difícil aceitar o amor como é
E deixar que ele vá e nos leve pra todo lugar
Como aqui

Será melhor deixar essa nuvem passar
E você vai saber de onde vim, aonde vou
E que eu estou aqui

(Ana Carolina)

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Pra conquistar teu coração

Se o limite for o infinito
Vou subir até o pico do Everest
Nadar o oceano sem um grito
E de joelho atravessar o agreste
Faço isso tudo e muito mais
Pra te encontrar, te conquistar
E até provar que é minha paz
O inverso dos meus ais

Preto no branco num poema, vou por sim
E onde houver um mal começo por fim
Fazer de tudo pra mudar
Um novo mundo instalar
E com o mundo em minhas mãos
Onde houver talvez ou não eu vou sim
Com as próprias mãos andar a pé ao Bonfim
E num xaxim eu vou plantar
Um baita de um jequitibá
Enraizar mesmo sem chão
São Tomé vai crer sem olhar
E todo mundo vai cantar
Que eu conquistei teu coração

(Luiz Carlos da Vila)

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Senhas

Eu não gosto do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas
O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até os estetas
Eu não julgo a competência
Eu não ligo para etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
Eu compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades
O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto do bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem

(Adriana Calcanhotto)

Tudo pela metade

Eu admiro o que não presta
Eu escravizo quem eu gosto
Eu não entendo.
Eu trago o lixo para dentro
Eu abro a porta para estranhos
Eu cumprimento.
Eu quero aquilo que não tenho
Eu tenho tanto a fazer
Eu faço tudo pela metade.
Eu não percebo.
Eu falo muito palavrão.
Eu falo muito mal.
Eu falo muito mesmo
sem saber o que estou falando.
EU FALO MUITO BEM
EU MINTO...


[Nando Reis/ Marisa Monte]

quinta-feira, janeiro 26, 2006

É isso aí

É isso aí
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre
É isso aí
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar

É isso aí
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar
Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar

(Ana Carolina/ Seu Jorge)

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Divina Comédia Humana

Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou viver satisfeito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um transa sensual
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia
Fazendo tudo de novo e dizendo sim à paixão morando nafilosofia
Eu quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno
Viver a divina comédia humana onde nada é eterno
Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso
Eu vos direi no entanto:
Enquanto houver espaço, corpo e tempo e algum modo de dizer não
Eu canto

(Belchior)

domingo, janeiro 15, 2006

MAMÃE NÃO PODE SABER


Desculpa se eu não penteio os meus cabelos há mais de 5 dias
Desculpa se a minha boca é mais suja que o meu tênis

Mamãe não pode saber
Que eu uso essa blusa sem o sutiã
Mamãe não pode saber
Que às vezes, eu esqueço da calcinha

Desculpa se as minhas unhas estão pretas e não de esmalte
Desculpa se não deu tempo de raspar a minha perna

Mamãe não pode saber
Que eu dei o brinco dourado para a empregada
Mamãe não pode saber
Que eu peguei o dinheiro da escova pra cannabis

E agora você me responde
Se ainda quer ficar comigo
Seja sincero
Como eu fui ... até então

Você precisa saber
Das coisas que você me fez querer
Você precisa saber
Que eu marquei manicure pra amanhã

(Os Letícios)

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Bonita Demais

Por quê você que é tão bonita
tem esse ar distante assim?
diz por quê o seu olhar exita exita
Eu tenho tanto amor em mim
O Amor é a coisa mais bonita
é feito dois igual a um
e no entanto o seu olhar exita
você tem medo de depois
bonita talvez bonita demais
bonita bonita de nunca de ser minha jamais
e assim meu Amor reflita reflita
bonita....pra quê ser assim bonita? bonita....

Por quê que é assim meu amor?
reflita..reflita...bonita...
pra que ser assim bonita...bonita...

(Daniel Jobim)

Ano Bom

Corpo moreno escorrendo suor
Cheiro de flor e mar
Dança na praia pra inaugurar
Um ano bom demais
Fica mais branco o vestido jogado no chão
Não passa ninguém pra olhar
Mais complicado de tudo é esconder a paixão
Não dá mais pra controlar
Se alguém já adivinhou?
Iemanjá

Velas acesas na luz do luar
Como o amor quiser
Ouro e prata no espelho do mar
Em Salvador dá pé
Mesmo de longe eu reparo os seus olhos no céu
Seu cabelo se molhar
Nesse mergulho eu sei você se decidiu
E já vou comemorar
Se alguém me contou?
Iemanjá

Ai, deixa amanhecer
A luz de janeiro brilhar
É o nosso ano bom
Quem abençoou?
Iemanjá

(Vicente Barreto)

Por um fio



Um fio
Levou para todo o Brasil
A noite do grande arrepio
Na alma de toda avenida
E a graça de seu rodopio
Deixou a nação comovida

Um fio
A mais entre mais de cem mil
Não mais do que um palmo de fio
O fio que enroscou no seu salto
Deixando na gente um vazio
Ao vê-la caindo no asfalto

Caiu
E tudo ficou por um fio
Mas a passarela explodiu
Quando ela apanhou a bandeira
E saiu sacudindo a poeira
Chorando mas sambando linda
Mostrando que ser brasileiro
É chorar de emoção com o Salgueiro
E seguir tropeçando com a vida

(Vicente Barreto)

Café com Pão

para ver e ouvir

Por essa nêga
eu ponho roupa nova
eu uso óculos escuros
desço do muro
ela sabe me fazer feliz
Nêga...
Óculos escuros...
Na parede, na parede
na parede do meu sonho

Por essa nêga
eu ponho roupa nova
uso óculos escuros
desço do muro
ela sabe me fazer feliz

Ela pintou alegria
arrumou tudo em mim
café com pão é bom
à brasileira, é brasileira, a brasileira

VIXE, MAINHA!
Ó, NEGUINHA...
TUDO É TÃO BOM... TUDO É TEMPO...

iô iô Mainha
ô neguinha
tudo é tão bom...
Vixe, Mainha
ó, neguinha
tudo é tão bom...

(Davi Moraes)

Formiga Bossa Nova


Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.

Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.

Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.

Assim devera eu ser
se não fora
não querer.