sexta-feira, junho 03, 2005
Pela ciclovia
Tarde cinza é não te ver
oceano, te olhar
sudoeste quer dizer
chuva de vento no mar
Onde anda o meu viver
quero vê-lo voltar
de mãos dadas com você
na beirinha do mar
Só ele sabe
a natureza espontânea e
saudável do seu gostar
me tirou pra dançar
com a própria vida
o que pode fazer esse conviver
Toma e opera milagres
sem mais, transforma
o deserto em oásis
por vezes até parece miragem
olhar você
tarde cinza é não te ver...
Só ele sabe
ah, não te ver na praia me desnorteia
essa orla tão clara toda essa areia
parece um saara a me castigar
Ah, essa mente aérea recria o mar
escorrendo em sua pele
a onda quebra, meu sonho se fere
e me faz voltar
Vai amanhecendo pela ciclovia
ver você correndo, a vida se irradia
o Leme, o Lido, a Barra, o sábado inteiro
o sol estende o seu tapete-luz
só pra você passar
Mítica manhã dos pescadores
salva-vidas, futevôlei
a bola pega alguém
lá no tai-chi-chuan
é como um balé à beira-mar
Olha a bandeira do quiosque
é um arco-íris
(Leila Pinheiro)
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