sexta-feira, novembro 30, 2007

Qualquer bobagem

Chegue perto de mim
Não precisa falar
Acenda o meu cigarro
Não queira me agradar
Queira
Queira
Não decida nem pense
Não negue nem se ofereça
Não queira se guardar
Não queira se mostrar
Queira
Queira
Escute essa canção
Ou qualquer bobagem
Ouça o coração, amor
Escute essa canção
Ou qualquer bobagem
Ouça o coração
Que mais, sei lá


Tom Zé & Mutantes

terça-feira, novembro 27, 2007

Princesa bacana

Princesa bacana,
sexo, marihuana y milongón.
Yo cuelgo de tu ombligo
así que no juegues conmigo, tus juegos de salón..
Mueve tu primero
que yo aquí te espero,
anticipando el tacto de cada labio de tu beso..
Princesa haragana,
¡ que fin de semana !

Princesa dormida
yo bajo a por algo de comer.
Regreso, y princesa
ya ha puesto la mesa; la cama es el mantel..
Prueba tu primero
que yo aquí prefiero
mirarte sonreir frente a ese plato de cerezas..
Brindemos, princesa,
por esta (brutal) pereza..

Es lunes de mañana;
cualquiera se separa
de una princesa bacana...


{Jorge Drexler}

segunda-feira, novembro 26, 2007

Mana



Mána sta nóba bunita
Manxi ta sunha kordádu
Fla ma pobréza ka pa el
Ma trabádju kré sta-l mutu kansádu.
Ntom, e fasi um bistidu nóbu
E sai di si kutélu
Bá Práia Sánta-Mariâ
Bá ránja um kasaméntu.
Mána bá sidádi grándi
Fla amem na sakraméntu
Se mai nem ka sabi d-el,
Pai dja duenti só disgostu.
Mána ka kré kel k’é di sel
É só ta djobi pa ládu,
Kel ki Nhordés da-l é poku pa el
E fla m-e sta mutu mal kalsádu.
Mána bá sidádi grándi
Tiru saí-l pa kulátra...

[Mayra Andrade]

sábado, novembro 17, 2007

Minha neguinha

ó minha linda, minha neguinha
O meu café ficou tão sozinho
Os meninos que passam
Eu olho sem ter pra quem mostrar

ó minha linda, minha neguinha
Histórias que eu conto no vento
Eu me sento aqui pra ladainha
Eu me sento aqui avoadinha

Eu guardo no bolso
Eu guardo no bolso as histórias da Dona Sinhá¡
Mas me falta tu mesmo
E teu jeito de me contar
E eu guardo no bolso
Eu guardo no bolso da Dona Sinhá¡
Histórias que tu me traz
E as flores começam a girar

O sol se põe na pracinha
E eu me sentei cantando sozinha
O sol se põe lá na pracinha
E eu me sentei sonhando, pretinha

O sol se põe lá na pracinha
E eu me sentei cantando sozinha

Eu guardo no bolso
Eu guardo no bolso as histórias da Dona Sinhá
Mas me falta tu mesmo
E teu jeito de me contar
Eu guardo no bolso
Eu guardo no bolso da Dona Sinhá
Histórias que tu me traz
E as flores começam a girar

[Cibelle]

terça-feira, novembro 13, 2007

Jornal

Um jornal é tão bonito
Um jornal é tão bonito
Tudo escrito, tudo dito
Tudo num fotolito
É tão bonito um jornal

Vigilantes do momento
Senhores do bom jargão
Façam já soprar o vento
Seja em qualquer direção
Que o jornal é a matéria
E o espírito do mundo
Coisa fútil, coisa séria
Todo escrever vagabundo

Um jornal é tão diverso
Um jornal é tão diverso
Tudo impresso, tudo expresso
Tudo pelo sucesso
É tão diverso um jornal

Não importa a má notícia
Mas vale a boa versão
Na nota um toque de astúcia
E faça-se a opinião
De outra feita, quando seja
Desejo editorial
Faça-se sujo o que é limpo
Troque-se o bem pelo mal

Um jornal é tanta gente
Um jornal é tanta gente
Tudo frio, tudo quente
Tudo preso à corrente
É tanta gente um jornal

Um que dita, um que escreve
Um que confessa, um que mente
Um que manda, um que obedece
Um que calcula, um que sente
Um que recebe propina
Um que continua honesto
Um puxa-saco dos fortes
Um que mantém seu protesto
Um que trafica influência
Um que tem opinião
Um jornalista de fato
Um rato de redação

Um jornal é igual ao mundo
Um jornal é igual ao mundo
Tudo certo, tudo incerto
Tudo tão longe e perto
É igual ao mundo um jornal


{Gilberto Gil}

segunda-feira, novembro 05, 2007

Mais simples

é sobre-humano amar
'cê sabe muito bem
é sobre-humano amar, sentir,
doer, gozar,
ser feliz
vê que sou eu quem te diz
não fique triste assim
é soberano e está em ti querer até
muito mais
a vida leva e trás,
a vida faz e refaz
será que quer achar
sua expressão mais simples?
mas deixa tudo e me chama
eu gosto de te ter
como se já não fosse a coisa mais humana
esquecer
é sobre-humano viver
e como não seria
sinto que fiz essa canção em parceria
com você
a vida leva e traz
a vida faz e refaz
será que quer achar
sua expressão mais simples?

(José Miguel Wisnik)

sexta-feira, novembro 02, 2007

Coisas que eu sei

Eu quero ficar perto de tudo o que eu acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência, meu pacto com a ciência
Meu conhecimento é minha distração

Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio-relógio mostra o tempo errado... aperte o ?Play?

Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista, não aceito turistas
Meu mundo tá fechado pra visitação


Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa... é a minha lei

Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais... depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu nem me lembro do que desenhei

Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas no meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos que eu não sei usar... eu já comprei

As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quando mais eu deixo mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre quando eu to a fim

Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes somente eu não sabia...
Agora eu sei

[Danni Carlos]

quinta-feira, novembro 01, 2007

A lua



A Lua
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua novamente
Diiiizz!...

Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua-Nova...

Mente quem diz
Que a Lua é velha...

Mente quem diz!

A Lua!
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua novamente...

Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua-Nova...

Mente quem diz
Que a Lua é velha...

Mente quem diz!

A Lua!
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua-Nova...

Mente quem diz
Que a Lua é velha...

Mente quem diz!


Composição: Renato Rocha

Arrastando maravilhas



Eu não tenho muito, quase nada
Só a sombra do meu corpo sobre a estrada
Misturada a galhos secos
Eu só tenho becos e perguntas
Minha alma e minha culpa dormem juntas
Eu não tenho frio nos meus versos
Mas também não sei dos outros universos
Que carrego paralelos
Eu não tenho elos, nem correntes
Meus fantasmas sempre foram diferentes
Eu não tenho ilhas no tesouro
Nem lugar em casa para desaforo
Nem espaço pra lamento
Eu não tenho vento que me pegue
Nem diabo que me agüente ou me carregue
Eu tenho convites e te chamo
Minha natureza está no que eu te amo
Mesmo nesse mundo louco
Eu só tenho pouco tempo agora
Posso esperar, mas não demora
No silêncio do vazio
Arrastando maravilhas
Nem vertigem, nem limites
Daqui a pouco é outro dia.

[Marcela Biasi]