domingo, outubro 03, 2004

Sensual



Quando eu cantar quero ficar molhado de suor
E por favor, não vá pensar que é só a luz do refletor
Será minha alma que sua sob um sol negro de dor
Outro corpo, a pele nua, carne músculo e suor
Como um cão que uiva pra lua contra seu dono e feitor
Uma fera animal ferido, no dia do caçador
Humaníssimo gemido raro e comum como o amor
Humaníssimo gemido raro e comum como o amor
Quando eu cantar
Quero lhe deixar molhada de bom-humor
E por favor, não vá pensar que é só a noite ou o calor
Quero ver você ser inteiramente tocada
Pelo licor da saliva, a língua, o beijo, a palavra
Minha voz quer ser um dedo na tua chaga sagrada
Uma frase feita de espinho, espora em teus membros cansados
Sensual como o espírito ou como o verbo encarnado
Sensual como o espírito ou como o verbo encarnado

Nenhum comentário: