terça-feira, setembro 26, 2006

Alô, liberdade

Alô, liberdade
Desculpa eu vir
Assim sem avisar
Mas já era tarde
E os galos tão
Cansados de cantar

Bom dia, alegria
A minha companhia
Vai cantar
Sutil melodia
Pra te acordar

Quem vai querer tocar trombeta
Pem pererém pererém
Pempem
Quem vai querer tocar matraca
Tracatracatraca
Tracatraca
Quem vai de flauta e clarineta
Fi firiri
Firiri fifi
Quem é que vai de prato e facaa
Taca cheque taca
Chequetaca checá
Quem vai querer sair da banda
Pan pararan
Pararan panpan
Hoje a banda sairá

Alô, liberdade
levante, lava o rosto
Fica em pé
Como é, liberdade ...
Vou ter que requentar
O teu café

Bom dia, alegria
A minha companhia
Vai cantar
Em doce harmonia
Pra te alegrar

Quem vem com a boca no trombone
Pom pororom
pororom pompom
Quem vem com a bossa no pandeiro
Chá carachá
Carachá chachá
E quem toca só toca telefone
Trim tiririm
Tiririm trimtrim
E quem só canta no chuveiro
Trá tralalá
Tralalá lalá
Quem vai querer sair na banda
Pan panpan
Hoje a banda sairá
Laiaralaialaialaiá
Hoje a banda sairá
Olá, liberdade!

(Chico Buarque)

terça-feira, setembro 12, 2006

Instante de dois


Não quero que você me coma
Não quero que você me engula
Não quero que você me acorde
Não quero que você me durma
Não quero que você me assista
Não quero que você me assuma
Não quero que você me corte
Não quero que você me inclua

Eu só quero um segundo teu
E um segundo meu
Um instante de dois
Sem mais, nem pra depois eu te dizer
Que eu te amo não
Te amo demais para ser prisão
De dois
Amor

Eu só quero um segundo teu
E um segundo meu
Um instante de dois
Sem mais, nem pra depois eu te dizer
Que eu te amo não
Te amo demais para ser prisão
De dois
Amor

(Cibelle)

segunda-feira, setembro 04, 2006

Neném

Preciso de alguém
Que não me dê sossego
Que me tire uns bicho de pé
Me faça cafuné, me chame de seu nêgo.
Preciso de alguém
Que me escove os dentes
Que me faça muito carinho
Me sirva um bom vinho e me dê presentes
Alguém que me faça massagem e me passe pom-pom
Que adore uma sacanagem Me suje de batom
Eu preciso de alguém
Não me bate porque sou neném
Não me trate com desdém
Eu sou cheio de nhem nhem nhem Nhem nhem nhem...
Preciso de alguém
Pra bater o meu ponto
Pra me dar roupa lavada, passada
E rir das piadas que conto
Que me traga jornal
Cafezinho, cerveja
E que nunca fique de mal,
Que não goste de música breganeja
Alguém que me dê mamadeira,
Me aplique Gelol
E de Ronaldinho me chame
Pra eu não dar vexame no futebol
Eu preciso de alguém
Não me bate porque sou neném
Não me trate com desdém
Eu sou cheio de nhem nhem nhem Nhem nhem nhem...

(Vander Lee)

Meu Jardim

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores
Te regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

(Vander Lee)

Ao meio

Você dobrou a esquina, me partiu ao meio
Seu olho azul piscina me acertou em cheio
Me deixou feito cego em pleno tiroteio
Você passou por cima e nem pisou no freio
Você mudou o clima do meu veraneio
Pra me deixar assim, porque é que você veio

Caco, cavaco, sovaco, saco, macaco
Quem você pensa que soul
Côco, reboco, pipoco, soco, que louco

Eu quero é mais rock in roll
Você é primavera no meio de maio
Se me beija, bato asas, se me deixa, eu caio
Cadê o caminho de casa, cadê meu balaio
Você é primavera no meio de maio
Se me beija, bato asas, se me deixa, eu caio
Cadê o caminho de casa, cadê meu balaio

Caco, cavaco, sovaco, saco, macaco
Quem você pensa que soul
Fica, titica e vê se me explica, cuíca
Porque é que o samba acabou

(Vander Lee)